sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Carta aos diocesanos de Lisboa na Solenidade de São Vicente

Carta aos diocesanos de Lisboa na Solenidade de São Vicente

Caríssimos diocesanos do Patriarcado de Lisboa – leigos e consagrados, diáconos e sacerdotes – escrevo-vos no dia do nosso Padroeiro, São Vicente, também pelas circunstâncias especiais em que o vivemos, com os nossos concidadãos em geral, especialmente pelos doentes e seus cuidadores e lembrando os muitos que entretanto partiram.

De novo suspendemos as celebrações presenciais, comunitárias e públicas, dada a gravidade da pandemia e o grande perigo de contágios. Nem por isso deixamos de estar com todos e para todos, no que a caridade tem de mais radical e salvador. Cristo estava só, no alto da sua cruz, e assim mesmo nos salvou, pela totalidade da entrega. Vicente também estava só no seu martírio e também assim o seu testemunho nos alcança e alenta.

Também hoje, no combate à pandemia, cuidadores e entidades públicas e particulares se desdobram em atos abnegados de prevenção e tratamento da doença. E os testemunhos são muitos de que, recorrendo a todos os meios necessários e possíveis, é no mais íntimo de si mesmos que encontram força para prosseguir e responder a tantos casos. 

Queremos estar com eles, na oração e na atuação prudente, que por isso é verdadeira. Redobraremos a criatividade para usar meios de comunicação não presencial para chegar a cada um, quer transmitindo celebrações quer por mensagens de internet ou telefone. Como Cristo naquele dia em Jerusalém, ou Vicente depois em Valência, no mesmo Espírito. O coração não tem distância.

Estamos convosco, eu e os meus colegas Bispos ao serviço do Patriarcado, em oração e companhia constantes. Acrescento nesta carta a homilia preparada para a Santa Missa que não poderei celebrar hoje na Sé. Nela procurei desenvolver a convicção acima expressa.

Irmão e amigo,


+ Manuel, Cardeal-Patriarca

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Ano de São José (8 de Dezembro de 2020 a 8 Dezembro de 2021)

CARTA APOSTÓLICA

PATRIS CORDE

DO PAPA FRANCISCO

POR OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO
DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ
COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA

(...)

 "Assim ao completarem-se 150 anos da sua declaração como Padroeiro da Igreja Católica, feita pelo Beato Pio IX a 8 de dezembro de 1870, gostaria de deixar «a boca – como diz Jesus – falar da abundância do coração» (Mt 12, 34), para partilhar convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós. 

Tal desejo foi crescendo ao longo destes meses de pandemia em que pudemos experimentar, no meio da crise que nos afeta, que «as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiras e enfermeiros, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. (…) 

Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos».

Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão. (...)"

Leia toda a Carta Apostólica em:

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html


segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

“Desafios pastorais da pandemia à Igreja em Portugal”


A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgou, no dia 1 de janeiro, a reflexão “Desafios pastorais da pandemia à Igreja em Portugal” (que pode ser lida na íntegra aqui http://www.conferenciaepiscopal.pt/v1/desafios-pastorais-da-pandemia-a-igreja-em-portugal/), com 53 pontos, sublinhando a necessidade de uma cultura de proximidade e de novas vizinhanças.

O documento sublinha ainda a importância da participação das novas gerações para uma “renovação e conversão pastoral”. “O domínio do digital dá-lhes uma forma nova de ver a realidade. Além disso, são peritos na abertura à novidade, ao diferente, às pessoas e aos povos. Com eles a fraternidade é mais possível”, lê-se. 
A CEP aponta ainda à edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Lisboa vai receber no verão de 2023, pedindo que os jovens sejam “agentes da evangelização”. 
“Que Maria, a Mãe do Evangelho, acompanhe todos os seus filhos, os assista nos perigos desta pandemia e lhes dê a saúde esperada, juntamente com a paz, a solidariedade e o conforto do amor recíproco. Todos irmãos e irmãos de todos”, conclui o documento.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Dia de Reis




"E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho."

(Do Evangelho de São Mateus)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

54º DIA MUNDIAL DA PAZ



MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO
54º DIA MUNDIAL DA PAZ

1º DE JANEIRO DE 2021

A CULTURA DO CUIDADO COMO PERCURSO DE PAZ

(...)
9. Não há paz sem a cultura do cuidado

A cultura do cuidado, enquanto compromisso comum, solidário e participativo para proteger e promover a dignidade e o bem de todos, enquanto disposição a interessar-se, a prestar atenção, disposição à compaixão, à reconciliação e à cura, ao respeito mútuo e ao acolhimento recíproco, constitui uma via privilegiada para a construção da paz. «Em muitas partes do mundo, fazem falta percursos de paz que levem a cicatrizar as feridas, há necessidade de artesãos de paz prontos a gerar, com criatividade e ousadia, processos de cura e de um novo encontro».

Neste tempo, em que a barca da humanidade, sacudida pela tempestade da crise, avança com dificuldade à procura dum horizonte mais calmo e sereno, o leme da dignidade da pessoa humana e a «bússola» dos princípios sociais fundamentais podem consentir-nos de navegar com um rumo seguro e comum. Como cristãos, mantemos o olhar fixo na Virgem Maria, Estrela do Mar e Mãe da Esperança. Colaboremos, todos juntos, a fim de avançar para um novo horizonte de amor e paz, de fraternidade e solidariedade, de apoio mútuo e acolhimento recíproco. Não cedamos à tentação de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis, não nos habituemos a desviar o olhar, mas empenhemo-nos cada dia concretamente por «formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros».

Vaticano, 8 de Dezembro de 2020.

a mensagem completa em