segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Gestos mais importantes que Vitórias

(...) Iván Fernández Anaya, um par de semanas antes, também foi protagonista de um episódio notável e raro. O atleta espanhol seguia em 2º lugar no “Cross de Burlada” sem qualquer hipótese de vencer a prova quando o primeiro classificado, o queniano Abel Mutai (medalha de bronze olímpica nos 3000m obstáculos), se enganou após entrar num grande funil com um arco de balões, parando uns 50metros antes da verdadeira linha de meta.

Iván Anaya aproximou-se rapidamente do queniano que foi meu colega no Benfica em 2006, e poderia ter-se aproveitado da situação e ganhar a um medalhista olímpico mas não. Desacelerou, bateu nas costas do atleta queniano, apontou-lhe para a verdadeira linha de meta e quase empurrando-o, levou-o até lá, mantendo as posições que o curso da corrida naturalmente tinha proporcionado. “Ele era o justo vencedor. Tinha-me ganho uma distância que eu não podia recuperar se ele não se tivesse enganado. Desde que vi que ele parou antes da meta, soube que não o iria passar” disse Iván.

Um gesto semelhante, a mesma pergunta: “Se fosses tu, farias o mesmo?” Quem seguramente não fazia o mesmo era o treinador do Iván, antiga estrela do atletismo espanhol, Martin Fiz. Aos jornalistas, Fiz disse que “foi um grande gesto de honestidade. Um tipo de gesto daqueles que nunca foram feitos. Um gesto que eu próprio não teria feito. Eu aproveitava-me da situação para ganhar, seguramente.”

E se Iván tivesse aproveitado e ganho, ainda por cima a correr na sua região, ninguém o recriminaria. Mas as seguintes palavras de Iván Anaya dizem tudo: “Não merecia ganhar! Fiz o que tinha de fazer”. 

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Iván Anaya