Iván Anaya aproximou-se rapidamente do queniano que foi meu colega no Benfica em 2006, e poderia ter-se aproveitado da situação e ganhar a um medalhista olímpico mas não. Desacelerou, bateu nas costas do atleta queniano, apontou-lhe para a verdadeira linha de meta e quase empurrando-o, levou-o até lá, mantendo as posições que o curso da corrida naturalmente tinha proporcionado. “Ele era o justo vencedor. Tinha-me ganho uma distância que eu não podia recuperar se ele não se tivesse enganado. Desde que vi que ele parou antes da meta, soube que não o iria passar” disse Iván.
Um gesto semelhante, a mesma pergunta: “Se fosses tu, farias o mesmo?” Quem seguramente não fazia o mesmo era o treinador do Iván, antiga estrela do atletismo espanhol, Martin Fiz. Aos jornalistas, Fiz disse que “foi um grande gesto de honestidade. Um tipo de gesto daqueles que nunca foram feitos. Um gesto que eu próprio não teria feito. Eu aproveitava-me da situação para ganhar, seguramente.”
E se Iván tivesse aproveitado e ganho, ainda por cima a correr na sua região, ninguém o recriminaria. Mas as seguintes palavras de Iván Anaya dizem tudo: “Não merecia ganhar! Fiz o que tinha de fazer”.
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