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Sejamos anunciadores de uma Esperança audaz
A Comissão Nacional Justiça e Paz propõe a todos uma leitura atenta da Mensagem que o Papa Francisco nos dirige por ocasião do Dia Mundial da Paz, no início deste Ano Jubilar (2025).
As palavras que o Papa faz chegar a todos os homens e mulheres de boa vontade adquirem um sentido próprio em cada continente, região e país. Somos todos destinatários desta mensagem, no nosso agir concreto de cada dia, e não apenas os líderes das nações. Esta é, por isso, uma leitura que merece ser partilhada e objeto de reflexão conjunta nas nossas comunidades paroquiais, nos movimentos de que façamos parte, nas nossas famílias ou grupos de amigos.
«Ninguém vem a este mundo para ser oprimido», afirma o Papa Francisco, ao jeito de Jesus. Esta afirmação vigorosa precisa de ecoar na Europa e em Portugal, pois são palavras proféticas que não podem deixar-nos indiferentes.
Oprimido é aquele a quem tiraram toda a esperança. E, entre nós, há oprimidos sem visibilidade e cuja voz não se faz escutar.
É oprimido o migrante que olhamos com desconfiança e receio, apesar de lhe devermos as tarefas mais árduas ou penosas e que passámos a desprezar.
É oprimido o pobre a quem tantas vezes ignoramos as circunstâncias e os abismos em que se encontra de angústia e de falta de saúde mental.
São oprimidas as comunidades do interior, as vilas e aldeias a quem os fogos do verão e do outono devoram a esperança.
São oprimidas as famílias que vivem sob o jugo das dívidas que contraíram e das taxas de juro que agrilhoam a sua esperança num futuro melhor.
São oprimidos os milhares de jovens à procura de casa por um preço compatível com os rendimentos do seu primeiro emprego.
O Papa compara o som da trombeta que anunciava um ano de perdão na tradição hebraica e o grito que ninguém parece ouvir: o clamor das multidões de pobres e indigentes em surdina. Façamos do Jubileu da Esperança um cântico novo!
Uma vida sem Esperança condena-nos à resignação e ao desespero, quando o apelo que brota do Evangelho é o desígnio que Deus tem para nós: colaborarmos na Sua ação no mundo.
Todos somos responsáveis pela eliminação dos espaços de opressão ainda existentes, através da partilha e de relações que assentem em valores como a fraternidade, a justiça e a paz.
Do reconhecimento de uma vida digna para todos depende a paz.
«Pequenos gestos de filantropia não erradicam a miséria», diz-nos o Papa; não que os condene, mas por neles não encontrar vigor, nem sede de justiça. Transformemos a filantropia em amor e atenção ao próximo, com um sorriso, um abraço, um gesto de ternura.
Queiramos ser anunciadores de uma Esperança audaz e não apenas de um otimismo politicamente correto. A Esperança é ambição de amor. É ousadia. É, a bem dizer, o impulso vigoroso da Paz e da Justiça. Ela «nasce da experiência da misericórdia de Deus», lembra-nos o Papa Francisco, citando a bula de proclamação do Jubileu de 2025 (Spes non confundit).
Nesta mensagem, o Papa Francisco apresenta ainda três propostas concretas que desafiam os decisores políticos à construção da Paz: o perdão da dívida dos países mais pobres, que retoma o apelo de São João Paulo II de há 25 anos, por ocasião do grande Jubileu de 2000; o compromisso na erradicação da pena de morte; e que uma percentagem fixa da despesa com armamento seja reservada à eliminação da fome, à educação e ao desenvolvimento sustentável. Tenhamos coragem de, em democracia, apoiar os nossos Governos, neste programa audacioso de paz universal.
O futuro é um dom que permite ultrapassar os erros do passado. Assim é o Jubileu. Um tempo favorável a fazermos do grito do desespero um hino de Esperança.
Lisboa, 30 de dezembro de 2024
A Comissão Nacional Justiça e PazCet enfant de l’amour
Est-ce en nous qu’il va naître
Et germer et grandir
Est-ce bien son secret que allons garder
Dans les replis du cœur
À quoi bon tous ces signes
Et ces prodiges qui l’accompagnent
Déposés comme icônes à l’entrée de l’étable
Si nous ne sommes pas
À l’ombre du Très-Bas
Le ventre de la nuit
La mangeoire et la paille
Silence qui l’enveloppe
Souffle qui le ranime
Jean Lavoué
www.enfancedesarbres.com
O papa Francisco anunciou, hoje, a nomeação do padre Sérgio Dinis como novo bispo da Diocese das Forças
Armadas e Forças de Segurança
IPSS debatem o Desafio da Proteção Social
A União Distrital de Instituições Particulares de Solidariedade Social– UDIPSS Lisboa vai realizar a Conferência “O Desafio da Proteção Social” na próxima sexta-feira, 4 de outubro, entre as 10h e as 17h, no ISCTE, em Lisboa.
O encontro vai contar com a presença da Secretária de Estado da Ação Social e Inclusão, Clara Marques Mendes, e da Vereadora dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Sofia Athayde.
De manhã decorrem as apresentações e debate sobre os desafios/problemáticas das áreas: Infância, Crianças e Jovens em Risco, Deficiência, Envelhecimento/Saúde, Pessoas sem Abrigo, Sustentabilidade.
Os trabalhos da tarde, antes da sessão de encerramento, vão dedicar atenção à Transferência de Competências na área social, concretizada em Abril de 2023, contando com a participação da Associação Nacional de Freguesias.
“A UDIPSS Lisboa decidiu promover este fórum de debate para ouvir as Instituições e fazer ouvir a voz do setor social”, refere o presidente da direção, José Carlos Batalha, acrescentando que “a ideia não é fazer deste encontro um muro das lamentações, mas sobretudo de diagnóstico e procura de soluções para apresentar às autarquias e ao Governo”.
Morada ISCTE: Av. das Forças Armadas, 1649-026 Lisboa
Inscrições para secretariado@udipss-lisboa.pt
A Peregrinação a Roma dos jovens da Diocese de Lisboa vai ter lugar de 25 de julho a 5 de agosto de 2025. A viagem será feita de autocarro e a idade mínima de participação é de 15 anos a 31 de dezembro de 2025. As inscrições são limitadas a 2500 lugares e vão decorrer de 21 de outubro a 30 de novembro.
INFORMAÇÕES: juventude@patriarcado-lisboa.pt
De acordo com o Relatório “Portugal, Balanço Social 2023”, publicado em maio pela Nova School of Business and Economics, a taxa de risco de pobreza era em 2023 de 17%. Isto significa que há cerca de 1,8 milhões de pessoas em risco de pobreza em Portugal. Mais de metade das famílias pobres tem rendimentos abaixo de 50% do rendimento mediano nacional.
É sabido que a erradicação da pobreza é uma tarefa complexa e que deve ser feita por meio da intervenção coordenada de várias frentes (educação, saúde, habitação, políticas de emprego, formação profissional e proteção social), de forma a promover um desenvolvimento humano integral. Ainda assim, os autores deste estudo chamam a atenção para que em 2022 seriam necessários tão-só três mil milhões de euros para, em Portugal, retirar de imediato todas as famílias da pobreza (1,5 % da despesa estimada no Orçamento do Estado para 2024, para um termo de comparação).
Mas a erradicação da pobreza não é apenas uma questão de dinheiro. Não se avançará no sentido de uma erradicação plena da pobreza sem a mobilização de todos, tendo em vista a construção de uma sociedade assente no respeito pelo outro, na entreajuda e na intransigência contra tudo aquilo que coloque qualquer pessoa em situação indigna de vida.
O respeito pleno pela dignidade humana só é garantido se, a cada momento, todas as pessoas se encontrarem em condições de honrar a sua humanidade. Ou seja, só é garantido se, a cada momento, todos tiverem condições de gerir a sua vida sem condicionamentos ditados pela necessidade ou pela situação de extrema vulnerabilidade.
Perante estes números, ninguém deveria ficar indiferente. Na cena política, este deveria ser tomado nos próximos anos como “o” tema central, do qual depende a construção de uma sociedade mais humana, mais coesa e mais próspera. Só um consenso em relação ao bem comum pode gerar uma transformação dos paradigmas sociais, económicos e políticos.
Também os cristãos não podem ser indiferentes à pobreza. Seja com proatividade no combate a situações de desumanidade com que se deparam, seja contrariando sentimentos de desamor e distância em relação ao próximo, o empenho no amor ao outro deve ser assumido como central no processo de conversão pessoal e na vida das comunidades. Não há amor a Deus sem amor ao próximo.
As Comissões Justiça e Paz apelam a que a luta contra a pobreza seja assumida como o desígnio nacional nos próximos anos. Tem de haver um consenso em torno do respeito pelo igual valor e dignidade de todos e um consenso de que existem circunstâncias que nenhuma pessoa deveria suportar.
Lisboa, 5 julho 2024
Comissão Nacional Justiça e Paz
Comissão Diocesana de Aveiro
Comissão Arquidiocesana de Braga
Comissão Diocesana de Bragança–Miranda
Comissão Diocesana de Coimbra
Comissão Arquidiocesana de Évora
Comissão Diocesana de Lamego
Comissão Diocesana de Santarém
Comissão Diocesana de Setúbal
Comissão Diocesana de Viana do Castelo
Comissão Diocesana de Vila Real
1- CRÓNICA "FAMILIARMENTE FALANDO"
Mensalmente publicada no
Jornal Paroquial Cruz Alta,
disponível online :
2 - Colaboração com o Grupo de Acção Social "Gota a Gota"