sexta-feira, 29 de abril de 2022

MENSAGEM DA COMISSÃO EPISCOPAL DO LAICADO E FAMÍLIA PARA O DIA DA MÃE - 1 de MAIO de 2022



Coração de Mãe é Coração de Paz


Dia 1 de Maio é Dia da Mãe, um dia para homenagear todas aquelas mulheres que são mães porque

geraram, porque educaram com todo o amor e assertividade que só uma mãe sabe conjugar, porque

corrigiram para tornar melhores aqueles que amam, os ajudaram a crescer e os protegeram nos

perigos. A história está cheia de mães fortes nos sacrifícios por causa dos filhos e heroínas quando foi

necessário protegê-los.

Este ano, não podemos ficar indiferentes aos muitos relatos provocados pela guerra na Ucrânia e feitos

por tantas e tantas mães obrigadas a opções dolorosas para salvarem os filhos dos perigos e porventura

da morte.

“Começou a guerra”, “mas porquê esta guerra?”... Com estas palavras muitas mães, em lágrimas,

começam a relatar como viveram o início da invasão da Ucrânia e como concluíram ser necessário fugir

para o estrangeiro ou outras cidades mais em paz... Algumas enviaram os filhos sozinhos ou com

alguém conhecido para países estrangeiros, outras acompanharam-nos elas próprias, saindo da sua

terra e casa em direção ao desconhecido, deixando maridos a combater e outros familiares para trás.

O importante são os seus filhos...

É assim a mãe, vive para continuar a dar vida e dar a sua vida se necessário por aqueles que Deus lhes

confiou.

Neste Dia da Mãe de 2022, a Igreja quer prestar a sua homenagem a todas estas “mães coragem” de

todos os dias, as que nunca desistem de cuidar, proteger e ensinar a crescer saudáveis os seus filhos.

Quer de modo particular deixar uma palavra de esperança a todas estas mães que estão em fuga às

bombas e ameaças à vida. A elas se convida a dirigirem o olhar e preces para Nossa Senhora, a Mãe

de Jesus, que viveu igualmente momentos terríveis para salvar o Filho Jesus. Ela foi e é modelo de

dedicação até ao fim à sua missão de mãe, nos momentos felizes, mas também nos dramas. Pense-se

como terá vivido a fuga para o Egito, um país estrangeiro, depois de perceber que a vida do filho corria

perigo, ou quando o perdeu e o reencontrou no Templo passados três dias, ou ainda quando o

acompanhou impotente no caminho do Calvário com uma pesada cruz às costas e o recebeu morto no

seu colo.

Gostaríamos de contribuir com as nossas preces, acolhimento, apoio e suporte para que cada uma

destas mães consiga manter uma esperança firme, como aconteceu com Maria de Nazaré, que, sem

desânimo e com a ajuda de S. José, regressaria do Egito para a sua terra. Perante a mais dolorosa

experiência para uma mãe que é perder um filho, ela aceitou tornar-se mãe de João junto à cruz e,

nele, de toda a humanidade. Perdeu o Filho, mas ganhou um imenso campo de missão. A isto se chama

não perder a esperança. Deus nunca abandona os Seus filhos, ouve os seus gritos e manifesta o seu

amor mesmo por cima dos escombros da nossa miséria.


Estes dias onde se tem visto, quase em direto, o pior do ser humano, também se tem assistido a muita

compaixão, muita dor repartida e consolada, muita solidariedade heroica, numa palavra, o que de

melhor há no ser humano. Mas sobretudo, tem-se visto a força, o poder que uma mãe tem! Quem dera

que o mundo dos que promovem os horrores da guerra ouvissem os seus gritos por paz... certamente

ouviriam pedir não só pelos seus filhos, mas por todos os homens e mulheres vítimas inocentes dos

poderosos. Que a Mãe do Céu ouça todas as mães, as console e acompanhe. Em Maria, como em cada

mãe, há sempre um coração de paz!

A Igreja em Portugal, qual mãe carinhosa, quer neste dia estar ao lado de todas as mães, comungando

da sua alegria pelo dom da sua maternidade e pela fidelidade à missão de mães e esposas. Partilhamos

a dupla alegria daquelas que já são avós. Para todas as mães e suas famílias pedimos uma especial

bênção de Deus. Não podemos esquecer quem se sente mais provada no exercício da sua maternidade,

seja pelas dificuldades na educação dos filhos, seja porque vítimas de solidão, de separação, de

abandono ou de qualquer tipo de violência.

Às mães ucranianas que se encontram entre nós, dizer-lhes que rezamos por elas e pelas suas famílias,

que estamos solidários com a sua dor, que gostaríamos de ajudar a parar as lágrimas que derramam

e que tudo faremos para minimizar os seus males e necessidades.

Que cada cristão em Portugal contribua para as não deixar perder a esperança na paz e no reencontro

com os seus maridos, familiares e casas. E que ao Céu chegue esta prece conjunta, incessante e cheia

de fé, qual grito pela paz em todos os lugares onde as mães são postas à prova, perdem filhos, maridos,

pais ou entes queridos.

Feliz Dia da Mãe.